Além de acreditar no formato de provas longas e principalmente o Downwind, patrocinando junto com a Ecooutdoor a TrÃplice Coroa há 3 anos, a Gobal Star / SPOT GEN3, decidiu ter a sua própria prova fazendo parte do circuito. A SPOT PADDLE 20 Km, chega para assinar a segunda etapa do primeiro campeonato de Downwind no Brasil.
Após reunião entre as partes, realizadora e patrocinador decidiu-se que para que a SPOT pudesse assinar uma das provas, algo que tem grande valor, haveria a necessidade de um novo investimento. Este novo investimento foi acertado e também definido, que irá direto para os atletas campeões da TrÃplice Coroa na forma de premiação em dinheiro.
JOÃO CASTRO EXPLICA A AUSÊNCIA DA PREMIAÇÃO EM DINHEIRO ATÉ HOJE
A premiação em dinheiro é algo desejado há muito tempo, mas nunca conseguimos chegar em uma condição financeira que nos permitia fazer este tipo de entrega. Muitos atletas desejam competir experimentar este tipo de competição, e entre os profissionais, quando alguns participavam de alguma etapa, faziam isso por paixão às provas de longa distancia ou de downwind, mas muitos não estavam presentes pois a premiação em dinheiro ajuda bastante nos custos de viagem  e etc.
COMO SERÃ DIVIDIDO O VALOR?
Ainda vamos definir isso. Por enquanto não é possÃvel distribuir igualitariamente para as três modalidades presentes no evento. Não seria justo. O que me vem à cabeça é que o número de inscritos por modalidade irá definir o percentual para cada uma delas.
Outra coisa é estabelecer um número mÃnimo de inscritos por modalidade, para assegurar que esta terá premiação em dinheiro. Não dá para premiar desta maneira as modalidades que tenham pouquÃssimos inscritos. A disputa é indispensável para justificar premiação em dinheiro e isso é assim no mundo todo, pois do contrário não seria premiação e sim distribuição.
COMO SURGIU O W2?
Foi um longo caminho para chegar ao formato deste ano, de um campeonato exclusivamente de downwind, mas eu entendo este como definitivo. Em 2012, quando realizei a primeira prova de downwind no Brasil, o W2 Downwind (Wind and Wave), fui influenciado pelos atletas mais experientes, principalmente do Va’a, que já frequentavam o Aloha Spirit Festival. Por muitas vezes estes me cobravam a realização de uma prova assim. A segunda influencia veio do atleta e Legend na Canoa Havaiana do Brasil, o Hugo Sanchez, hoje dono da base Halau e construtor das canoas OC6 Bradley, que certa vez me chamou para realizarmos alguma coisa neste sentido e foi assim que tudo aconteceu.
Sempre gostei de construir coisas, de desafios na vida profissional e a partir do primeiro ano e realização, eu confesso que fui insistindo e mudando o formato a cada ano. Não era eu apenas que estava de frente para algo novo, os atletas também e por isso dei muita volta. Eu insisti até agora por pura admiração a este formato de prova e para não seguir no caminho mais fácil que seria o da desistência. Para qualquer administrador de empresas, isso já deveria ter acontecido faz tempo! rs
COMO FOI MANTER A TRÃPLICE COROA ATÉ AGORA?
Já levei a prova para o Rio, no percurso Búzios / Cabo Frio, lugar que conta com dias de downwind clássicos, uma bela raia, só que incerta pois não é uma condição constante como Fortaleza. Criei depois um circuito de provas longas, pois acreditava nesta necessidade depois de me deparar em uma das etapas do W2, com mais de 300 atletas inscritos e sabia que muitos estavam inscritos pela distância e não pelo downwind e isso me assustou. Existem exigências para que o atleta esteja em uma prova de downwind e de longo percurso, sem que tenha problemas sérios. Na minha opinião a principal é estar tranquilo e acostumado de fato com o alto mar e suas caracterÃsticas. O psicológico é a chave mestre, sendo seguida da técnica, equipamentos e etc.
Para continuar a segurança era uma exigência pessoal. Eu não consigo colocar VIDAS na água, em uma raia de prova com 20 a 30 quilômetros, onde cada um escolhe um traçado diferente, sem saber onde eles estão! Como controlar isso? Decidi exigir a compra do localizador SPOT Gen3 para poder participar. Eu sabia naquele momento que o melhor caminho seria desistir de tudo e que se eu não fizesse isso, de 300 eu passaria a ter 50 inscritos nas provas, número que não passa nem perto de cobrir os custos. Isso aconteceu, cheguei a realizar provas com 21 atletas como foi a Cagarras em 2015, mas eu sou assim, negligencio regras e sigo em frente, tentando.
NÃO HAVIA CAMINHO MAIS FÃCIL OU BARATO PARA OS ATLETAS?
Não. A princÃpio eu pensei que apenas o celular serviria, mas vamos imaginar um atleta com problemas, que dependeria de sinal, algo que no Brasil é horrÃvel, para nos telefonar e irmos busca-lo. O telefone poderia alagar, a organização ser enganada por atletas levando aparelhos velhos, sem funcionar, apenas para não serem desclassificados, mas colocando a própria segurança e a segurança da organização em risco, e isso já aconteceu! O velho e bom Brasileiro!
Pensei em fazer como nas provas do Havaii onde cada atleta tem um barco PESSOAL de apoio e contratado por ele. Eu fiz as contas, assim como qualquer um pode fazer e a conclusão seria um: É muito mais caro que ter um SPOT. Mesmo assim, esta possibilidade ainda existe no regulamento e qualquer atleta pode levar um barco de apoio.
Eu estou acostumado a alugar barcos nos mais diferentes lugares do Brasil, onde realizo os eventos da Ecooutdoor e posso dizer que não custa menos que R$800,00 a R$1.500,00 a diária com combustÃvel e piloto. Um equipamento SPOT custa por volta de R$600,00, isso quando não está em promoção como esta do dia dos pais onde saiu por volta de trezentos e poucos reais, mais a anuidade que garante o direito de uso do satélite por um ano. Se o cara usar só na TrÃplice já vale a pena, mas se fizer o uso que pode fazer, estar com ele a cada treino por segurança, é algo que já torna qualquer comparação de custo desigual.
Eu já usava o localizador SPOT desde 2008, quando realizei a primeira travessia de Canoa Havaiana no Brasil, de acordo com outro Legend do Va’a, chamado Everdan Riesco e também usava em corridas de aventura, montanhas, trekking e outras travessias. Foi fácil optar por este equipamento pois eu já conhecia na prática.
SOBRE O FUTURO DA TRÃPLICE COROA
Acho que depois deste ano a apurando o que vai acontecer, é que posso falar, mas o projeto é tentar transformar em uma prova internacional, mas estamos bem longe disso, o mais próximo seria transformar em um campeonato Brasileiro, mas isso também preciso de autorização e alinhamento perfeito de interesses com a CBSUP. Acho bem possÃvel e depois de 2017, se atingirmos o mÃnimo que espero em alguns pontos, vou falar com a entidade e tentar desenhar para 2018, quem sabe.





